Silêncio, que o sol vai se pôr,
venha, segure a minha mão.
Pise leve para não assustá-lo,
pra que continue assim, solto,
deslizante, devagar, pra dentro
da caverna que existe por trás
da maternal montanha verde.
E sejamos discretos aqui sob
essa árvore, pois que, Gaia,
a sua mãe, tem ciúmes dele
e chora o dia inteiro porque
em toda madrugada ele foge
por um caminho que conhece
dentro das entranhas da terra
e aparece a voar lá do lado de lá,
só voltando pra dentro de casa
quando sente fome e saudade
do seio da mãe terra, gostoso
do leite branco que levado em
sua boca se espalha no céu
e se transforma em caminho
para o passeio das estrelas.