Lá na noite
Lá na noite do planalto tem os fiordes,
lanças penetram espaços dos sonhos
e nem pedem licença, não são lordes
invadem vales, engolfam, medonhos.
Convidam-me a navegar outros mares,
a lá de longe avistar essas montanhas
pontiagudas que me ferem as entranhas
e de todo prazer me elevam aos altares.
E da música das ondas ouço o acorde
que viaja desde mim, são os cantares,
do meu corpo gritando com força, pode!
Tão distantes, de bem longe, meus pesares,
sou aconchego no carinho de seus braços
e durmo lasso, sou senhor desses espaços.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 26/05/2010