Numa noite bem quente
ele nunca é convidado,
aparece onde há gente
e chega todo alvoroçado,
vem voando, bem rente,
com excessivo cuidado
e não ha quem aguente,
conviver com o danado.
É um bicho bem paciente
não gosta de acordado,
voa, zumbe, intermitente,
até que durma o coitado,
pousa então suavemente
na pele do condenado,
suga rápido, avidamente,
ficando bem alimentado.
Voa gordo e de repente,
fará um pouso relaxado
e dentro de um recipiente,
pelo homem abandonado,
descuidado e displicente,
no meio da rua largado,
entrará água da enchente
e muito ovo será botado.
E em nova noite quente
pernilongo fará o reinado.


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