Ao pé da tua cruz contemplo teus pés.
Imagino-os frágeis e tão pequeninos.
Pés de criança que não sabe andar,
balançando no colo da sua mãe Maria.
Logo me vêm pés do menino correndo
em mil brincadeiras com seus amigos.
Adolescentes, esses pés vão à escola,
conhecer a Aliança que faz Deus
seguindo junto na história do teu povo.
Esses pés ficam adultos, trabalham
auxiliando José no dia a dia da oficina.
Contemplo a hora em que esses pés
sentem não ser o serviço de carpinteiro
a missão que devem realizar no mundo.  
E esses pés saem a caminho do Jordão,
encontram o Batista e agora pertencem
ao mensageiro tão amado de Deus.
Os pés que contemplei bem pequenos
são os pés do Filho de Deus na terra.  
Pés que levam conforto aos sofredores,
alegria aos que estão na tristeza,
carinho aos que não têm ninguém,
comida aos que sentem a fome,
justiça aos que não têm voz e vez,
paz aos que vivem em meio a guerras,
trabalho para os que buscam emprego,
esperança para os que vão sem fé
e vida plena para todos que vegetam
sem trabalho e dignidade humana.
Obrigado, Jesus, porque teus pés
chegam até mim e trazem consolo.
Graças porque teus pés seguem
comigo nas estradas do mundo.
Obrigado porque estes teus pés
não ficaram aí pregados na cruz,
mas continuam trilhando as estradas
dos homens confortando-os
com o carinho que transborda
do seu coração que só sabe amar.
Amém.