Fernando Cyrino

Caminhando e saboreando a vida.

Textos


O susto do gato

Nadavam tranquilamente, lá no regato,
dona patota, os filhinhos e o senhor pato.
A vida corria até ouvirem um ultimato.
Lá da beira lhes miava, rude, dom gato.
- Da água eles deveriam sair de imediato.
- Explique-nos então o porquê de tal fato.
Tirar-nos do ribeirão assim é desacato!
É o que bradava o pato, com muito tato.
-Sou dono do rio, então decretei esse Ato:
Agora só peixes se banham, é o sensato.
A família obedece e sai da água, a jato.
Quando do galho da árvore gritou, gaiato,
o pardal com voz de taquara e espalhafato.
-Voltem ao arroio, pato não vive no mato.
O bichano não é patrão, nem tem contrato,
chegou aqui esses dias, é bicho novato.
Quer fazer de todo mundo gato e sapato
e esqueceu-se de que vive pra pegar rato.
A bicharada resolve sair do anonimato,
fez reunião para expulsar dali o gaiato.
Construíram de papel um tigre exato.
O gato o viu e caiu pra trás, estupefato.
Deu um salto e saiu correndo, o chato.
Conosco não deixou nem o seu retrato.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 23/10/2010
Alterado em 23/10/2010


Comentários
C
Carmen Cyrino
Esse tem cara de criança mesmo! bjs
L
Lourdinha Cirino
Este meu irmão é um espanto! Adorei! Fico imaginando ilustrações bem bonitas acrescentando a este texto, que me trouxe boas memórias de nosos livros infantis, daquele tempo de grupo escolar. Parabéns!
foto
LINDO TEXTO,AMO OS GATINHOS,ABRAÇO
foto
Luis Anjos
Tenho três levadas gatas... se acham donas de tudo !

Site do Escritor criado por Recanto das Letras