Fernando Cyrino

Caminhando e saboreando a vida.

Textos


O ciúme e o amor do passarinho

Um belo dia um passarinho encontrou o amor. Foram tempos então de se viver uma alegria muito grande. Somente o fato de que iria daí a alguns dias encontrar aquele pássaro que fazia vibrar seu coração já o fazia feliz. Preparava-se para recebê-lo, planejava mil coisas, tinha mil programas. Aquela espera era vivida intensamente.

Mas quando chegava o seu amor logo tomava consciência de que ele não tinha vindo sozinho. Atrás se fazia presente uma triste figura. A sombra escura da insegurança. O medo terrível de perder o ente amado fazia com que agisse como se fora o dono da sua paixão. O pavor da perda fizera com que transformasse em posse o seu amor. Precisava então protegê-lo de tudo e de todos, com se fosse um ser despreparado para viver. Foi assim que, pouco a pouco, ergueu um muro em volta dele.

É claro que o passarinho então começou a se sentir, por causa da insegurança daquele que tanto amava, preso em uma gaiola. Foi então se tornando infeliz. Do outro lado, ao mesmo tempo em que percebia que seu amor não estava nada bem, o passarinho inseguro também se tornava triste, pois o que mais podia desejar no mundo era a alegria e a felicidade plena daquele ser que tanto amava.

Os dois que tanto se queriam eram vítimas do ciúme. Um porque tinha um medo tremendo de perder seu amor e o outro porque não conseguia viver a liberdade, por causa da desconfiança daquele que era a sua paixão.

E foi assim que pouco a pouco, como uma plantinha sem receber água e adubo, que aquele lindo caso de amor foi se enfraquecendo, até que chegou aquele dia, o mais triste da vida dos dois, no qual descobriram que não existia mais nada entre eles. Restava enterrar o amor. O ciúme tinha vencido.

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Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 05/05/2011


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