Fernando Cyrino

Caminhando e saboreando a vida.

Textos


A estrela e a menina triste

Foi no meio de uma dessas noites bem comuns que aconteceu a novidade. O céu ganhara novo brilho. Aos olhos não acostumados a essas coisas sutis nada se via de diferente, mas num buraquinho escuro tinha despontado nova estrela. Lá do alto ela tremeluzia, incansável, alertando as gentes da sua chegada.

Só que ninguém ainda a tinha reparado. Vinda de tão distante a novata sentia-se tristonha. Chegou mesmo a pensar em dar meia volta e navegar na direção de outras galáxias onde fosse, enfim, apreciada.

Uns tempos depois a menina, uma que se sentia triste, foi despertada pelo alarido do cachorro sob a janela. Levantou-se curiosa com o que poderia estar acontecendo e o encontrou latindo para o alto. Então admirou a maravilha do céu. Ela, que, ao contrário do cão, nada sabia sobre chegada de estrelas, reparou que uma, pequenina, lhe piscava. Retribuiu acenando e assim a fez mais brilhante a cintilar na alegria do reconhecimento.

Nessa manhã, quando todas se recolheram, aquela estrelinha dormiu sorrindo porque na Terra ganhara uma amiga.

A menina voltou para a cama feliz. Lá no céu reencontrara o pai que havia partido. Agora iria lhe contar aquele tanto de coisas guardadas no coração. Possuía a certeza de que só ele, que virara estrela, saberia lhe compreender.


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Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 18/08/2011
Alterado em 15/12/2016


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