O beija-flor que não entendia nada do coração das flores
Era uma vez um beija-flor conhecedor de muitos lugares e flores. Tinha gente da sua terra dizendo que ele, mais do que de néctar, preferia bem mais as viagens. É que nelas adorava sentir o deslumbre das cores, cheiros e novos sabores encontrados em novos jardins.
Dessas tantas flores frequentadas havia algumas das quais guardava uma doçura especial. Assim, ao sentir saudades daquele sabor, voava rápido até onde poderia encontrá-lo. Deliciava-se com seu néctar e presença, deixando a flor encantada com a visita repentina.
Aquele era um pássaro muito agradável e suas visitas, sempre tão carinhosas, faziam com que cada flor imaginasse ter conquistado definitivamente o amor da pequenina e colorida ave.
Ficavam perscrutando o horizonte na expectativa de que a qualquer momento veriam seu retorno. E ele chegaria dizendo estar apaixonado. Que ela era única e que daí em diante só beberia do seu carinho e afeto.
Mas qual o que, aquele gosto tão especial que serntira logo se tornaria passado. Durante longo tempo só se saberia de suas revoadas por ouvir falar. Súbito, quando menos se espera, olha quem vem chegando.
Sorriso sedutor no bico em busca de reabastecimento. Esse beija-flor é muito bonito e cativante, mas não compreende nada do que se passa dentro do coração de uma flor.