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A moça triste que não sabia como mudar a vida
Era uma vez uma moça triste e amargurada. É que ela achava que a vida deveria acontecer como nos contos de fada e isto, todos sabemos, é algo impossível. Todas as tardes ia para a frente da casa esperar o seu amado chegando num lindo e mágico cavalo branco.
Conforme seu modo alienado de ver o mundo, tudo nele deveria transcorrer às mil maravilhas. De problemas ela nem queria ouvir comentários. Sua vida acontecia assim como se numa redoma de vidro, distante de tudo que pudesse lhe trazer aborrecimentos, ou mesmo algum trabalho, por menor que fosse.
Mas esta ilusão não durou muito. Acabou naquele exato dia em que as dificuldades, como uma imensa enchente a destruir comportas, avançou sobre sua casa e lhe expôs a dura realidade da vida.
Aí foram problemas atrás de problemas e a moça, criada no interior de um mundinho mágico, nem possuía noção de como lidar com eles. Incapaz de compreender que a vida é feita de muita luta, passou a se achar azarada e que tudo de ruim estava fadado a cair sobre a sua cabeça.
Sua vida ia ficando cada vez pior e até em coisas bem simples e pequeninas era capaz de criar imensa tempestade. A realidade passara a ser percebida como algo ameaçador e em qualquer fato seus olhos só percebiam o lado ruim e negativo. Chegou ao ponto de se lamuriar dizendo ter sido esquecida por Deus, como se Ele fosse capaz de abandonar algum filho querido.
Enfim, há uns anos atrás, numa semana na qual tudo dera errado tanto na questão amorosa, quanto na profissional e familiar, ela se pegou refletindo sobre o sentido da vida e então pôde ver, com bastante clareza, que não dava para continuar a levar a existência daquela forma. Era preciso mudar.
Só que não fez nada para concretizar essa mudança. Passaram-se os anos e ela continua se lamentando. Diz da necessidade de se transformar, mas nunca que põe os meios necessários para que a mudança aconteça verdadeiramente na sua vida.
Ela ainda não havia compreendido que para mudar não adianta só a intenção. Não é bastante se fazer listas sobre aquilo que deva ser transformado. Acaso não se ponha em ação o que se tenha programado, a vida permanecerá a mesma. Ninguém sai do lugar só pelo desejo. Para se ir adiante é necessário dar passos para frente.
Numa noite de insônia nossa amiga remexia um livro antigo da avó. Foi quando se deparou com uma folha de papel muito fino, toda dobrada, já bem amarelecida. Ao abri-la, com cuidado para que não se rasgasse, viu que com uma letra bordada estava escrito:
As seis regras de ouro para a mudança
- Para haver mudança é preciso envolver além do pensamento também o coração, ou seja: vontade e perseverança. Antes de se colocar a caminho, é fundamental que sejam postos os meios para que não nos percamos no meio da estrada.
- Ninguém caminha sozinho. É preciso buscar ajuda das pessoas próximas para que, quando dos tropeços (e as quedas sempre acontecem para aqueles que estão na estrada), haja por perto uma mão amiga a nos levantar.
- Não se caminha traçando uma simples linha reta e é bem provável que irão acontecer retrocessos. Mais do que com os atalhos e as voltas, mantenha os olhos firmes no objetivo final.
- A mudança acontece de dentro para fora. Bem além de uma transformação o que ocorre é a transfiguração da pessoa. Como é algo mais interior ela não é rapidamente perceptível para aqueles que estão próximos. Por isto, não desanime caso seu processo pareça não estar sendo notado.
- Só muda quem ama e se você ainda não está sendo capaz de se transformar realmente, é porque ainda nao está amando o suficiente. Reveja então, com carinho e cuidado o seu conceito de Amor.
- Não se caminha rumo à mudança sem Deus. Ele, que é Amor, é o verdadeiro autor da nossa conversão de vida. Portanto é necessário rezar, se colocar nas mãos dele, o criador de todos nós. Sabendo-se pequenos demais para realizar, sozinhos, tudo que precisa ser feito.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 23/02/2012
Alterado em 11/02/2016
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