Querida Elisa, Paz!
Era uma vez uma formiguinha que adorava subir paredes. Toda vez que encontrava uma, fazia grande esforço para escalá-la. Só que ao chegar no topo não via graça no que observava lá do alto. Rapidamente tomava a decisão de descer. Só que no chão a nossa amiga passava por necessidades, eis que lá não havia trabalho. Ela tinha família, responsabilidades a cumprir. Trabalho só havia no alto e então se angustiava pela falta do que fazer. Não ganhava e assim não conseguia atender seus compromissos. A formiguinha não sabia o que acontecia com ela. Sentia-se infeliz no chão porque não tinha seu dinheiro. E no alto porque não gostava dos trabalhos.
Muitos de nós somos assim. Buscamos com força aquilo que sentimos nos farão realizados e quando encontramos, facilmente desistimos. O que será que acontece então? No seu e-mail você me relata uma vida de muitas tribulações nos últimos tempos. É inteligente e esforçada. Por isto é capaz de conseguir empregos que a maioria das pessoas não alcança.
Só que aí costumeiramente ocorre um problema. Depois de algum tempo no novo trabalho lhe vem a desmotivação. Segundo suas próprias palavras, uma angústia grande que a faz desistir dele. É preciso entender melhor a dinâmica do trabalho, para não cair nas armadilhas dele. Daí que é preciso tomar consciência de algumas coisas.
Será impossível encontrar algum emprego que lhe traga a felicidade. Esta felicidade você a encontrará somente em Deus e Ele você o achará no serviço aos outros e dentro do seu coração. Costuma ser assim o início das coisas. No começo é tudo as mil maravilhas. Aos poucos vamos nos dando conta da terrível rotina. As repetições que nos obrigam a fazer todo dia a mesma coisa e por isto nos chateiam. Aquelas pessoas que quando as conhecemos pareciam ser tão interessantes – inclua aí os líderes – passado um tempo iremos descobrir que a coisa não é bem assim. Eles também têm problemas.
Só que costumamos olhar só os outros. Você também tem problemas... Veja se na raiz disso tudo não esteja oculta alguma dificuldade, que possa ter adquirido em relação às figuras de autoridade. Não é nada raro de se observar pessoas que em algum momento da vida assumiram “mandatos familiares” do tipo: “nenhum trabalho presta. Chefe algum é confiável. Cuidado com as pessoas, todas só querem passar você para trás...”
Quando temos essas “ordens interiores” em nós torna-se difícil conviver com o trabalho. Sendo este o caso, busque ajuda profissional. Um bom psicólogo poderá lhe ajudar a superar essa dificuldade. Quem sabe não esteja faltando mais um pouco de paciência na sua vida?
Não sei sua idade, mas as gerações mais novas, por conta de tanta rapidez trazida pela tecnologia, não estão conseguindo mais esperar. Qualquer espera torna-se angustiante. Um rápido olhar nos mostrará pessoas que não conseguem mais ficar nem uma hora sem estar conectadas à internet e redes sociais através dos seus smartphones , laptops e computadores. Trabalhar é exercício de paciência.
Quem sabe não esteja na hora de se conscientizar de que qualquer trabalho não tem somente coisas agradáveis. Junto com essas haverá também dificuldades a serem superadas. Será preciso conviver com a rotina. Essa sempre aparecerá. Que há carne macia a ser saboreada, mas também há ossos a serem resolvidos.
Quando temos uma vida espiritual mais intensa torna-se mais fácil conviver com essas tribulações do trabalho, querida Elisa. Busque maior intimidade com Deus. Fale com Ele dessa sua dificuldade em permanecer nos empregos. Reze mais, busque se conhecer melhor.
A vida é estar sempre em busca do mais. Suba e permaneça no alto. Nao faça como a formiguinha da história, que medrosa, desce correndo novamente, quem sabe por receio do sucesso. Busque chegar ainda mais alto, mesmo que sinta frio na barriga, medo das alturas. Exercite sua coragem, peça a Deus por ela. Você não é feita para viver infeliz no chão, mas para o alto da montanha. Lá no topo você encontrará Deus e em Deus a felicidade.
Daqui fico rezando e torcendo por você, querendo conversar mais, estou aqui, Abraços do seu amigo no Senhor,
Fernando.
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Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 16/12/2012