Os dramas causados pelo descontrole orçamentário doméstico
Querida Liliana,
Paz
Você me escreve relatando, aflita, os dramas causados pelas excessivas mudanças de residências feitas pela sua família, após ter acontecido a separação dos seus pais. Sugere-me uma hipótese: a causa é espiritual e por fim indaga: o que é possível fazer?
Acredito que a causa deste drama, já que no seu relato deixa bem claro não estar a sua razão na falta de dinheiro, esteja se dando, muito mais do que pelas razões do espírito, por mera razão humana. Dito de maneira simples, diria que vocês não estão conseguindo administrar os gastos da casa.
O dinheiro que entra mensalmente, mesmo se configurando num valor suficiente, capaz de suprir suas necessidades básicas de moradia e demais itens de sobrevivência, está sendo sempre menor que os gastos executados. Por isto, vira e mexe, vêem-se sem condições de pagar o aluguel, terminando desse jeito obrigados a partir na busca de novo lar.
A primeira coisa a ser feita é um planejamento financeiro. Na própria internet você encontrará vários modelos e métodos. Dos mais simples até os mais elaborados. Lance mão do que mais se adeque à sua necessidade. Implica agora verificar aonde estão indo os gastos da casa.
A primeira regra a ser seguida por quem se encontra enfiado num buraco é parar de cavar. Importa então, imediatamente após ter-se conhecido as fontes de recursos por um lado e os ralos escoadores de dinheiro do outro, definir, em comunidade, um plano básico de equilíbrio orçamentário. Siga estes cinco passos:
1 – Separe primeiramente o montante necessário para os gastos de sobrevivência básica: comida, moradia, transporte, saúde e educação. Estes são os primeiros a serem cuidados. Caso não tenha sobrado dinheiro, invista agora no controle dos supérfluos. Nesta hora, até como procedimento educativo, é importante que as compras de ítens que possam ser deixados para outra hora, não sejam adquiridos. Cheque o que, como e quem esteja comprando.
2 – Organize uma reunião familiar e partilhe o seu propósito de organizar o orçamento doméstico. Saiba de antemão que esta não será uma conversa simples e muito menos fácil. Prepare-se antes. Busque já ter definido o discurso da abordagem. Evite ser agressiva e jamais caia na tentação de ficar buscando bodes expiatórios. Ao seguir tal tática só estará aumentando as resistências ao seu projeto.
3 – Centralize o caixa. Ajudará bastante que somente uma ou duas pessoas, mais organizadas e que saibam exercer o controle quanto ao consumo, administrem nesses tempos de ajustes econômicos o dinheiro da família.
4 – Cuidado com as facilidades do crédito. Cortem de imediato os cartões de crédito. Eles costumam nos lançar na ciranda dos juros e quem irá dançar no final, com certeza que não serão os banqueiros.
5 – Por último e não por isto menos importante, cultivem mais a vida familiar. Busquem se encontrar e curtir-se mais. Privilegiem os programas gratuitos, ou mais em conta (dentro do planejamento orçamentário já feito). Valorizem a vida espiritual. Rezem mais, rezem juntos. Busquem integrar-se na comunidade, evitando situações e pessoas que, já sabem, as levarão ao descontrole dos gastos.
Daqui distante torço e rezo para que, controlada a sangria, não precisem mais passar pelo desconforto das mudanças.
Receba o meu fraterno abraço,
Fernando.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 13/03/2013
Alterado em 13/03/2013