Fada da Música
Uma fada, num frio dia,
toda azul, se aproxima.
Chega, vem, é encantos.
O seu olhar que fascina,
não posso ver, acima,
escondido pela neblina.
Reparo seu corpo, lindo.
E eu que jazia em prantos,
agora sorrio à doce visão
de musa assim tão bela,
como o poderoso fogo,
que tudo queima, se rebela.
Então acontece a sinfonia,
a boca sussurra cantos.
Seu corpo tem mil tons:
É violino, oboé, flautim.
Os mais instigantes sons:
Viola, tambor, tamborim.
Violão, piston, alegria no ar,
deleite por todos os cantos.
Dança, meu anjo a flutuar.
Música, sax, voz não há.
A imagem, se esmaeceu.
Chegou a hora de acordar.
Som na caixa, eletrônico,
diz o dj, a sorrir, irônico.
E o barulho então cresceu,
Ensurdecido estou ao léu,
saudoso, me sinto atônito.
quero o anjo que se perdeu.
Barulho, alarido, gritaria.
Vivo o inferno, almejo o céu.
