Flor em meu peito
Nunca me ofereça dessas suas rosas.
Jamais me dê flores ditas mimosas.
Odeio ter cadáveres e não vivem.
Não quero orar por elas, dizer amém.
E essas tristezas, antes tão formosas,
agora jazem desfolhadas, horrorosas.
Nem me apareça assim, sarcástico,
Com buquê de flor azul, fantástico.
O que nessa grande aflição anseio,
é ter aqui, a embelezar meu seio,
uma flor bonina, do mais orgástico.
Não degolada e presa num elástico.
A flor para cantar em meu silêncio.
Que me traga calor, afastando o frio.
Quero algo passional, bem drástico.
Sou kitsch, dê-me a flor de plástico.