Ao balançar do berço
Pelas delícias dos tempos de criança,
ágil e atenta a imaginação passeia.
Cabeça invade um tanto de lembrança.
Mente, é claro, tudo aumenta, floreia.
Mente, inventa, o pouco vira lambança.
O sonho se traduz liberdade e vagueia
Dança entre real e fantasia: festança.
Sou herói, viro rei, vivo uma epopeia,
cruzo os mares, viajo, chego à França.
Rio, choro, danço, canto sem plateia.
Vela-me mamãe, o berço ela balança.