OS SETE PECADOS CAPITAIS DOS ULTRACONSERVADORES
Conservar é manter, é fazer com que permaneça para o futuro aquilo que seja importante. O que não deve acontecer é que se estacione no passado, agindo como um motorista que dirige com os olhos mirando apenas o retrovisor. Ou como um carro que é provido apenas de freio. O mundo caminha para adiante e não para trás. Deus se coloca sempre à nossa frente, nos convocando a dar mais um passo. A nos dizer para que não tenhamos medo.
Que tal, para ajudar a nossa reflexão, pensarmos nas sete faltas básicas que são cometidas quando nos fechamos completamente ao porvir. Eis aqui os pecados que, nessas horas são passíveis de serem cometidos (dentre muitos outros, claro):
1 – Confundir tradição com tradicionalismo. A tradição vem de Jesus, dos apóstolos e dos padres da Igreja, principalmente. Daí a pegar algo de 400, 500, ou mesmo 100 anos e dizer que se trata de tradição basilar da Igreja, vai uma distância imensa e que não deve ser ultrapassada.
2 – Ficar paralisado pelo medo do futuro. O amanhã é o desconhecido, ou seja, é normal que ele nos amedronte. O que não pode (e é pecado) é permanecer parado, ou mesmo regredir por causa desse temor. Deus afasta o medo, ensina-nos a canção de Taizé.
3 – Fechar-se nas sacristias, cerrar as portas e janelas, fugindo do mundo. Este passa a ser considerado por demais perigoso para um “bom católico”. Melhor estar dentro do templo do que ser uma Igreja de saída, terminam por pensar.
4 – Viver da nostalgia de uma Igreja da Cristandade e que, definitivamente, não existe mais. Uma Igreja que adorava mostrar mais do que serviço e misericórdia, o poder.
5 – Fechamento aos diferentes. Pavor ao ecumenismo. “Melhor permanecer em grupos que agem e refletem da mesma maneira do que eu”. Este se torna-se o modelo mental, o que leva à criação de comunidades fechadas e que, não raro, descambam para uma agressividade com quem pensa e vive de maneira distinta.
6 - Foco em uma Igreja de “puros e santos” e não em uma Igreja de “pecadores em busca de conversão e crescimento”. “Criemos o nosso clube católico. Nele a piscina terá água benta”, é o que se deseja, consciente, ou inconscientemente, dizer.
7 – Atenção demasiada com o pecado pessoal (o corpo e por extensão o sexo podem ser demonizados) e pouca atenção ao pecado social, às estruturas injustas, e cada dia mais fechadas, que são as verdadeiras fábricas de pobres e excluídos.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 16/11/2017