O que iremos lhes narrar não é um conto de fadas e muito menos uma história por nós inventada. Tudo aconteceu há cerca de dois mil anos e, por incrível que possa parecer, continua atualíssimo.
Trata-se do nascimento de Jesus e é interessante notar que ele não ocorreu em alguma cidade grande e poderosa daquela época, tal como Rio, Belo Horizonte, Nova York e Paris hoje. A história teve lugar em uma vila pequena, com muito pouca importância, bem na periferia do mundo de então.
Aquele era um tempo no qual a terra dos pais do Menino Jesus se encontrava sob o domínio dos romanos, o povo mais poderoso da época. Eles exploravam aquela gente e os reprimia. Os impostos que cobravam eram pesados e uma parte deles dizia respeito ao número de pessoas existentes sob os seus domínios. Para maior controle da arrecadação eles resolveram contar quantos homens, mulheres e crianças havia por lá.
Ao invés de contar as gentes onde elas moravam, eles resolveram complicar. Queriam, além de contar as pessoas, saber também de que famílias elas eram. Assim, obrigaram àqueles que haviam se mudado das suas cidades de origem a que retornassem a elas para o tal recenseamento.
Por conta disto muita gente teve que se colocar a caminho, largando casas, empregos, lavouras e animais. Não era como hoje que temos carros, ônibus e aviões. Utilizavam-se os burros e como não fossem tantos, eles acabavam sendo usados principalmente pelos idosos, crianças, doentes, grávidas e mães com bebês. A imensa maioria do povo gastava as sandálias e os pés por caminhos pedregosos, rumo às origens de suas famílias.
Um homem e uma mulher que estavam na estrada para o recenseamento são os personagens iniciais da nossa história. Chamavam-se Maria e José e estavam grávidos. Maria com sua barriga bem grande a indicar que a hora do nascimento se daria em breve. Ao contrário de hoje, quando se sabe com antecedência se quem vem vindo é menino ou menina, naqueles tempos o sexo do bebê era sempre uma surpresa.
Estava me esquecendo de lhes dizer que esse nosso casal seguia rumo a Belém, terra da família de José. O que não contavam é que a cidade estava lotada de gente. Como eles, muitos haviam viajado para lá. Piorava a situação o fato de que eram pobres e o lugar pequeno. Com pouco dinheiro a dificuldade para achar um lugar para descansar e dormir se tornava ainda maior.
Tem horas em que parece que dá tudo errado e aquele era um desses momentos. A criancinha sinalizava que iria nascer. José suava frio e Maria tentava manter a tranquilidade, apesar de sentir que muito em breve teria nos braços o bebê, o que exigia que houvesse um lugar adequado para o parto.
Procura daqui, busca de lá e nada. A cidadezinha já havia ficado para trás, chegaram à periferia e foi por lá que encontraram um canto. Pensam que fosse um hotel, ou mesmo uma casa de família que os iria acolher? Nada disso. O que acharam foi uma gruta. Lugar cavado num barranco para deixar protegidos os bichos dos donos.
Fechemos os olhos um instante e imaginemos o local. Com os olhos da imaginação, vejamos a gruta quase vazia. (se for apropriado, deixem acesas nessa hora somente as velas da Coroa do advento e as luzes da árvore de Natal) Nela somente um cocho no qual se alimentavam os bichos maiores.
Que tal a gente completar esse lugar no qual Jesus nasceu naquele tempo? Aliás, Ele não nasceu só por lá aquela noite. Jesus continua nascendo no coração de cada um de nós em cada Natal, a cada ano, a cada mês, a cada dia da nossa vida.
Hummm, achei bem legal que tenham gostado da sugestão.
(na medida em que sejam citadas, as crianças com os bichos e personagens, levam-nos ao presépio)
O primeiro a entrar na gruta é o burrinho. Como já comentei, eles eram os carros, taxis e ônibus daqueles tempos. Vamos agradecer ao Menino Jesus pelos meios de transportes que temos. Não fossem eles, bem provavelmente não estaríamos reunidos. Mas vamos pedir também que o acesso ao transporte esteja disponível universalmente. Que todos tenham como se locomover, principalmente nas horas de dificuldades e que ninguém, ao invés de estar com a família, passe grandes tempos presos em engarrafamentos. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
A vaquinha vai entrando na gruta. Ela que como o burrinho deu calor para o Menino Jesus, irá também significar aqui para nós o alimento. Dela recebemos o leite e a carne. Vamos agradecer ao Menino Jesus pela comida. Mas peçamos também pelos que nesta mesma noite - são milhões e milhões de pessoas mundo afora – irão dormir com fome. Que nosso coração se faça mais solidário e a gente aprenda a repartir, havendo assim comida para todos. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
Os carneiros chegam à gruta. Todos com os pelos lustrosos, os olhares vivos de quem têm muita saúde. Enquanto isto, tantas pessoas estão doentes e dentre essas há muitas que não possuem acesso aos hospitais, médicos e remédios. Agradeçamos a Deus por termos condições de cuidar da nossa saúde. Mas peçamos também pelas multidões que sofrem às portas dos hospitais, dos que não têm acesso aos serviços de saúde, àqueles que não possuem dinheiro para comprar seus remédios. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
Entram na gruta os galos e as galinhas com seus pintinhos. Os pequeninos, trazidos pelos pais, chegam em fila, parecem mesmo estarem vindo da escolinha. Nós temos acesso à educação e somos agradecidos. Enquanto isto há muitas crianças e jovens que não conseguem estudar. Peçamos para que haja escolas para todos, que a educação seja respeitada e cuidada e que haja a real valorização dos professores. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
Vejamos os pastores entrando na gruta. Eles estavam trabalhando, cuidando dos rebanhos de ovelhas quando viram a luz indicando o nascimento de Jesus. Hoje em dia há muita gente sem trabalho. Mesmo em meio à nossa família e amigos há gente desempregada. Pedimos então ao Menino, para que não falte trabalho digno para todos. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
E chegam dois grandes protagonistas da história. Maria e José vão entrando na gruta. Maria cansada e com as dores do parto e José limpando a manjedoura para que dentro dela possa dormir o Menino que está chegando. Peçamos a Jesus pelas famílias, para que se mantenham unidas e carinhosas, que estejam abertas ao Amor, à solidariedade e prática da justiça. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
E o Menino Jesus nasceu. Vamos recebê-lo em silêncio, eis que está na hora de Ele dormir. Cada um faça em silêncio o seu pedido ao Menino Jesus nessa noite de Natal. Que presente ofereço ao Menino Deus?
Não nos esqueçamos de pedir ao Menino Jesus pelo nosso país e pelo mundo. Para que haja mais justiça, para que os migrantes sejam acolhidos, pelo fim das guerras, para que haja menos desmandos, cesse a corrupção e que haja ética na política. Rezemos ao Senhor.
Todos: Menino Jesus, atenda à nossa prece.
Para encerrarmos a nossa celebração de Natal, que tal cantarmos para que Ele possa descansar?
Noite Feliz
Noite feliz, Noite feliz, Oh Senhor, Deus de amor, pobrezinho nasceu em Belém. Eis na lapa Jesus, nosso bem. Dorme em paz, oh Jesus. Dorme em paz, oh Jesus.
Noite feliz, Noite feliz, Oh Jesus, Deus da luz. Quão afável é o teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão e a nós todos salvar e a nós todos salvar.
Noite feliz, Noite Feliz, eis que no ar vem cantar aos pastores seus anjos no céu. Anunciando a chegada de Deus, de Jesus Salvador, de Jesus Salvador.
Feliz Natal a todos, Jesus está entre nós.
Dica
Caso queira conhecer outros subsídios para celebrações do Natal em família, consulte os textos a abaixo relativos aos anos anteriores:
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=2673337
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=3395878
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=4618211
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=4043416
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=3391871
http://fernandocyrino.com/visualizar.php?idt=5483242